Aula: Egoísmo

Parábola - Os primeiros lugares e os convidados
Parábolas Evangélicas (R. Calligaris), nº 19.


a) Incentivação inicial: Narração.

O Evangelizador contará para as crianças a “Parábola dos primeiros lugares e dos convidados”,
como segue:
Jesus entrou em um dia de sábado na casa de um dos principais Fariseus para aí fazer com
eles uma
refeição. Os que lá estavam observavam o Mestre, e ele aproveitou o momento para deixar
duas lições, que
poderão ser retiradas do texto evangélico:

7 E disse aos convidados uma parábola, reparando como escolhiam os primeiros assentos,
dizendo-lhes:
8 Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que
não aconteça
que esteja convidado outro mais digno do que tu;
9 E, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga: Dá o teu lugar a este; e, então, com vergonha,
tenhas de
tomar o derradeiro lugar;
10 Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no derradeiro lugar, para que, quando vier
o que te
convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terá honra diante dos que estiverem
contigo à mesa.
11 Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se
humilhar será
exaltado.
12 E dizia também ao que o tinha convidado: Quando deres um jantar, ou uma ceia, não
chames os teus
amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda
que também eles
te tornem a convidar, e te seja isso recompensado.
13 Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos.
14 E será bem-aventurado; porque eles não têm com o que te recompensar; mas
recompensado serás na
ressurreição dos justos. (Lc, 14:.1 e 7 a 14)


b) Desenvolvimento: Exposição.
Jesus, desde o início de sua missão, deu-nos exemplos de humildade: o seu nascimento na
manjedoura e a sua condição de filho de um carpinteiro, o que o levou a conviver num lar de gente
simples, constituem provas disso. Em sua passagem aqui na Terra não apenas ensinou, mas
exemplificou, em diversos momentos, a virtude da humildade.
A humildade é uma das mais importante dentre as virtudes, e ela se revela no homem por
meio de gestos de compreensão, modéstia, simplicidade, gentileza, etc. Ela é o oposto do egoísmo e
do orgulho.

Na parábola dos “primeiros lugares”, Jesus quis dar uma diretriz de conduta que devemos
adotar na vida diária, em nosso próprio benefício. Disse Ele que “todo aquele que se exalta será
humilhado; e todo o que se humilha será exaltado”. Kardec, analisando a parábola, diz que o
Espiritismo ensina que, muitas vezes, aqueles que são considerados grandes, os poderosos, na Terra
são pequenos no mundo espiritual, e, ao contrário, aspessoas que se apresentam simples e humildes
quando encarnadas, mostram-se grandes na Espiritualidade. Aos primeiros nada resta senão deixar
aqui, ao desencarnarem, os seus títulos, riquezas, glórias, etc. Os demais – os humildes - levam
consigo as virtudes adquiridas ou desenvolvidas ao longo do tempo, e, por isso, mostram-se felizes
no mundo espiritual.

Claro que o fato de uma pessoa possuir títulos, riquezas, conseguir poder e lugares de
destaque neste mundo não significa que ela está fadada a ser rebaixada no Mundo Espiritual. Sua
posição lá vai depender do bom ou do mau uso que ela fizer das oportunidades que recebeu na
Terra. Entretanto, deve-se notar que pobreza não é sinônimo de humildade. Há muitos pobres
orgulhosos e arrogantes, como há ricos humildes e simples. Na verdade, é mais fácil a pessoa se
tornar orgulhosa quando tem muito dinheiro, muito poder, ou quando possui muitos títulos, pois a
prova do poder, seja ele econômico ou intelectual, é uma prova difícil.

Jesus sempre chamou a atenção para que não se faça o bem somente àqueles a quem
amamos, mas a todos, indistintamente: “Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa
recompensa? Se apenas os vossos irmãos saudardes, que é que com isso fazeis mais do que os
outros?” (Mt, 5: 46 e 47).

Com a Parábola dos Primeiros Lugares e dos Convidados, Jesus ensina também que
devemos fazer o bem pelo bem, e não pela recompensa que poderemos obter com a sua prática. É
claro que o Mestre, nessa parábola, não está aconselhando a não convidarmos amigos vizinhos,
parentes a jantarem ou ceiarem conosco. Não se pode tomar as palavras de Jesus no sentido literal,
ou seja, ao pé da letra; há que se apreender-lhes o sentido profundo.

Quando o Mestre ensina simbolicamente que não devemos convidar para um jantar ou uma
ceia apenas os amigos, os irmãos, os parentes, vizinhos ricos, ele quer dizer que não devemos fazer
o bem somente àqueles que nos podem retribuir, pois isso seria apenas uma troca, sem nenhuma
demonstração de serviço ao próximo. Ele fala nos aleijados, nos cegos e mancos porque, àquela
época, as pessoas que tinham defeitos físicos eram totalmente marginalizadas, e, de modo quase
absoluto, pobres. Assim, aprendemos nessa parábola que é importante não ficarmos ansiosos em
disputar os “primeiros lugares” tão somente no intuito de nos destacarmos no seio da sociedade, por
vaidade e interesse pessoal. Caso sejamos chamados a colaborar com o bem comum, façamo-lo com
desprendimento, dedicação e, acima de tudo, com o desejo ardente de servir. Servir com amor, sem
pensar, em momento algum, em reconhecimento por parte das pessoas que estão sendo
beneficiadas. Este deve ser o comportamento de todo aquele que se considera cristão, pois assim o
Cristo serviu a todos.

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